Ernesto Sabato

Lançado em 1948, este romance de Ernesto Sabato (1911-2011) é um drama de cunho existencialista embutido numa narrativa policial. Começa com a confissão de um assassinato. O artista plástico Juan Pablo Castel revela ter matado María Iribarne, mulher por quem cultivava uma estranha obsessão. Castel tem sérios problemas para comunicar-se, tanto através de sua obra como socialmente - "túnel" do título é uma metáfora do seu isolamento. A obra foi responsável por projetar o escritor no exterior.

Sabato foi um dos mais importantes autores argentinos do século 20. Além da relevância literária, teve essencial atuação política após o fim do regime militar no país (1976-1983). Na ocasião, o escritor foi designado pelo então presidente da república, Raúl Alfonsín, para presidir a comissão que investigou os desaparecidos durante a ditadura. O resultado foi o histórico documento "Nunca Más".

Sylvia Colombo
Correspondente da Folha